terça-feira, 25 de novembro de 2014

Sobre cordão umbilical

É inevitável refletir sobre tudo que aconteceu. Tenho buscado refletir em cada detalhe, tentando buscar uma "explicação" ao menos razoável para tudo que aconteceu.  

E foi pensando sobre o problema de saúde que Catarina teve, que pude me "alimentar" de algo vindo diretamente do céu. Durante a vida do feto dentro do útero, eles não respiram. De forma bem simplificada, as trocas gasosas são feitas pela mãe. O oxigênio e o gás carbônico são transportados da mãe para filho e do filho para a mãe, respectivamente. Os pulmões ficam cheios de líquido e só se expandem no momento do nascimento (mais precisamente no momento que o cordão umbilical é cortado). Daí então a criança chora. E foi exatamente neste momento que o problema de Catarina (Hérnia Diafragmática Congênita) se "mostrou". Enquanto ela estava ligada a mim, ela se desenvolveu, cresceu e ganhou peso, como qualquer outro feto. Mas no momento em que nós fomos desligadas uma da outra, o pulmão direito dela, que não tinha se desenvolvido adequadamente, não funcionou como deveria. 

Depois desta explicação o mais simplificada possível, onde quero chegar? Quero, de certa forma, comparar o meu relacionamento com Catarina com o meu relacionamento com Deus. Durante o tempo em que ela esteve ligada à mim, ela viveu normalmente e todas as suas necessidades foram supridas, apesar do seu pulmãozinho mal formado. No momento da separação (corte do cordão umbilical), quando ela precisou do pulmão, ele não consegui atender às suas necessidades. Assim é o nosso relacionamento com Deus. Quando estamos conectados com Ele, temos todas as nossas necessidades atendidas. No momento em que decidimos nos separar de Deus e usar as nossas forças para suprir as nossas necessidades, pode ser que, assim como o pulmãozinho de Cacá não funcionou bem, o seu "pulmãozinho" pode também não funcionar. E isto vai nos levar para onde? Para a morte! E não falo da morte natural (como aconteceu com Catarina), falo da morte espiritual. Falo da vida distante da presença de Deus.

Em Deus, temos todas as nossas necessidades supridas, sejam elas emocionais, materiais e espirituais. O nosso relacionamento com Deus é daqueles cordões umbilicais que não podem ser cortados, pois não existe vida fora da presença de Deus.



http://veja.abril.com.br/blog/genetica/arquivo/o-que-fazer-com-o-cordao-umbilical/

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Motivos para sorrir!

E aí você se pega feliz, em plena terça feira, como que sem motivo e, na verdade, descobre que você tem mil motivos para estar feliz. Sabe por que? Porque Deus é bom e isso não muda de acordo com as circunstâncias. A bondade de Deus é perene! Agradeço ao próprio Deus pelo coração grato que Ele me deu. Agradeço por Ele ter me dado a capacidade de olhar a vida e as circunstâncias, por mais trágicas que sejam, e encontrar sempre um lado bom e um aprendizado.

Muitas vezes ainda tenho a sensação de estar vivendo um sonho, interrompido por um pesadelo. Me descobrir grávida, inesperadamente, foi o melhor sonho que já pude viver. Perder a minha filha foi, e ainda continua sendo, o pior pesadelo que alguém pode ter. O cérebro da gente é uma máquina meio estranha, nossas vivências se misturam com nossos sonhos, com nossas percepções e, muitas vezes, temos dúvida se determinado fato realmente aconteceu. E ai nós olhamos as cicatrizes e percebemos que, de fato, os eventos foram reais e que as cicatrizes estão ali para nos provar que realmente aconteceram. 

Acho que uma das melhores características dos homens é a sua capacidade de superar as adversidades e acho também que é exatamente isso que nos torna tão humanos. Nossa capacidade de sentir as piores dores e ainda assim continuar caminhando.

Agradeço a Deus por me dar todos os dias infinitos motivos para sorrir e por ter certeza que, caso Ele não me desse, eu continuaria a caminhar ao Seu lado. Que local há melhor do que a presença do Pai?

Sigo e vivo pela certeza que os Seus caminhos são os melhores, ainda que os meus olhos não possam ver.  

E o verão está quase batendo à porta e não me faltarão motivos para continuar sorrindo. Porque sorrir faz bem a alma! 


Por Felipe Blanco