segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Amor de mãe

É engraçado lembrar de quando as pessoas me diziam: "Você só vai entender o amor de mãe no dia em que você tiver filhos". Eu concordava com a ideia, mas achava que conseguia ao menos imaginar como seria este amor. E me enganei. Afirmo categoricamente que ninguém consegue sequer imaginar como é este sentimento antes de se tornar mãe. Ele é instantâneo  e não pede para surgir. Chega com a força da água na queda da cachoeira, invade a nossa essência e nos transforma para sempre. Nenhuma mulher é mais a mesma depois de dar a luz. Ser a mesma depois que o seu coração bate fora do seu corpo não é para nós, mulheres. O fato de ter nosso coração fora do corpo não nos torna mais fracas e vulneráveis, muito pelo contrário, faz surgir em nós uma força inimaginável. Nos transformamos em verdadeiras leoas cuidando da cria. É um sentimento maior que nós mesmas, avassalador, que não pede permissão para surgir. Somos tomadas pelo mais doce dos sentimentos, pela maior das forças e pela intensa alegria por poder gerar vida. 

A maior nobreza do amor de mãe está na essência do amor. Quem ama, não deseja nada em troca. A mãe só deseja a felicidade do filho, ainda que isso possa custar a sua própria felicidade. 

Me lembro como hoje do dia em que me tornei mãe. A emoção do nascimento, o amor que é instantaneamente derramado sobre nós, só quem é mãe entende do que estou falando. Da mesma forma como o amor, todas as preocupações naturais da mãe vem também instantaneamente. Lembro da minha angústia, e isso ainda aperta o meu coração, ao perceber que minha filha não chorava, que a equipe de neonatologia precisou levá-la, que precisaram intubá-la e, finalmente, levá-la para a UTI. Ouço agora as palavras como se fosse hoje: "Vamos precisar levá-la para a UTI". Dói muito! É como se enfiassem uma faca no peito. Como assim levar minha filha para UTI? Imagino a minha cara de terror, pior ainda por não sabermos ao certo o que estava acontecendo. Como pode ser uma mãe separada do filho logo após o nascimento?! É uma daquelas dores que carregamos na alma. 

Não foram poucas as vezes que senti meu coração dilacerado. Cada susto e cada piora eram como se estivessem, de fato, enfiando uma faca no meu peito. Meu Deus, que amor é esse? Realmente difícil de explicar. 

Lembro do dia anterior à partida de Cacá. Ela tinha apresentado pela segunda vez um pneumotórax ("uma complicação onde entra ar no espaço pleural, que deveria estar vazio - é um espaço virtual"). Eu tinha entrado na UTI há poucos segundos e percebi que os parâmetros dela de oxigenação tinham baixado muito, chamei imediatamente a equipe, que prontamente veio checar. Como normalmente acontecia, eu já estava extremamente ansiosa e, pela graça de Deus, quando olhei para o lado, vi a cirurgiã que a acompanhava. Ela pediu que eu esperasse lá fora. Lembro de ter andando para a saída e olhado em direção ao céu e ter dito: "Senhor, eu não aguento mais!". Era muita dor! Era muito sofrimento! Como me doeu e ainda me dói lembrar da minha filha sendo submetida a tantos procedimentos invasivos, a tantos exames diários, como desejava estar no lugar dela e sentir em mim toda aquela dor. 

Na manhã seguinte a este dia, recebemos a notícia que Cacá tinha ido morar com o Pai. Nossa como doeu e dói muito até hoje. Não existe sequer um dia que não acorde e durma sem lembrar dela. De toda ansiedade, de toda alegria e de toda a angústia. Ainda não consigo entender, talvez nunca consiga e talvez não seja para entender mesmo. É como amor de mãe, a gente não entende, apenas sente.

E hoje eu vinha a pensar que a morte de um filho é como uma mudança para outro país.

Quando um filho decidi se mudar do país, para tentar sua "sorte" em outro, o coração da mãe se destroça, mas ela continua ali firme. Mãe supera dor pela alegria do filho. Ela deseja que o filho seja feliz, que alce voos nem sequer imaginados. A mãe do filho que se muda para outro país, ainda que sinta dor, é mãe realizada. Não criamos filhos para nós, mas para o mundo. A mãe do filho que se muda para outro país é a mãe que vive na expectativa do reencontro. É a mãe que não compreende, mas vive pela fé de que aquele é o melhor caminho.

Assim é a mãe do filho que se mudou para o céu. O coração da mãe se destroça, mas ela continua ali firme. Mãe supera dor pela alegria do filho. Ela deseja que o filho seja feliz, que alce voos nem sequer imaginados. A mãe do filho que se muda para o céu, ainda que sinta dor, é mãe realizada. Não criamos filhos para nós, mas para o mundo. A mãe do filho que se muda para o céu é a mãe que vive na expectativa do reencontro. É a mãe que não compreende, mas vive pela fé de que aquele é o melhor caminho. E o que é esta pequena separação diante de uma eternidade juntos?!

É como amor de mãe, a gente não entende, apenas sente.


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

"De boas intenções, o céu tá cheio!"

Uma das vantagens de se ter um blog é que posso escrever aquilo que penso e acredito e que, aqueles que leem, podem refletir, ainda que não concordem, sobre o que escrevo. 

Há alguns dias que venho pensando sobre a forma como muitos de nós vive. Temos a triste mania de ver sempre o lado ruim das coisas. O que me fez refletir sobre isso foi o polêmico "desafio do gelo". Eu realmente me diverti ao ver famosos tomando banho com um balde de gelo e fiquei feliz com aqueles que acreditaram na causa e fizeram suas doações. Imediatamente, começaram a pipocar também os críticos que, mesmo sem saber quem doou ou não, diziam ter sido o movimento apenas uma maneira de se auto promover. Acredito que para alguns isso foi sim uma maneira de "aparecer", mas quem sou eu para julgar as intenções das pessoas?! Eu prefiro acreditar, ainda que sendo considerada ingênua, que muitos deles fizeram sua doação e acredito também que ainda que apenas um deles tenha feito a doação, já valeu a pena. Se apenas $100 tiverem sido doados, apesar de tantos baldes de gelo, alguém com certeza vai ser beneficiado com isso.

Alguns vão me questionar e ainda vão lembrar do conhecido jargão de que "de boas intenções, o inferno tá cheio". Eu prefiro acreditar que, muito mais cheio do que o inferno, está o céu de boas intenções. Acredito nas boas intenções dos que lançaram o desafio, daqueles que ajudaram e não vejo a ação como um simples desperdício de água. Até peço desculpa por estar julgando, mas já me julguei também em relação a isso. Será que eu e todos vocês estamos realmente preocupados com as crianças que morrem de sede na África? Lembramos disso durante nossos demorados banhos? Ou quando mergulhamos em uma deliciosa piscina em um dia ensolarado? 

Vamos julgar menos as intenções do outro. Vamos acreditar que, antes de uma medida de auto promoção, uma causa nobre tem sido beneficiada. Quem já teve contato com um paciente com ELA sabe do quão difícil e dolorosa é esta doença! A causa é nobre e não vai deixar de ser porque 2 ou 3 ou 1000 jogaram um balde de gelo na cabeça para se auto promover.

A campanha do "desafio do gelo" é apenas um exemplo que falou comigo de como podemos encarar a vida. Devemos nos apegar ao lado ruim das coisas ou devemos ver que, sim, o céu tá cheio de boas intenções?! Valorize as qualidades e as atitudes nobres daqueles que o cercam e aprenda a conviver com os defeitos. Como diz a famosa frase: "Já que não podemos mudar o mundo, sejamos a mudança que queremos nele". 

Como disse uma amiga (espero que ela não se importe por colocar isso aqui): "Generosidade...vindo de quem nem se espera. Obrigada, Deus! É por isso que eu confio e sigo a fazer amigos e a confiar no ser humano, porque de um grupo inteiro de pessoas do bem, um babaca ou outro pouco significa. O que se perde é pouco diante do muito que se ganha".

Eu tenho procurado fazer isso na minha vida! Procurado ver o lado bom de tudo! E sigo a acreditar no ser humano.

Não quer contribuir com a campanha em benefício da ELA (eu também não contribui), não faça. Mas basta olhar para o lado que tem alguém precisando de você. Do seu sorriso, do seu abraço e, muito mais do que tudo isso, do seu amor.

domingo, 17 de agosto de 2014

O valor da família

Neste últimos dias houve uma comoção nacional pela morte de Eduardo Campos e de sua equipe. Não é de se estranhar. O presidenciável esteve em entrevista no Jornal Nacional, na noite anterior à tragédia e à sua morte. Sim, fiquei abalada e triste, não porque morria um grande político ou porque ele possivelmente faria diferença no futuro político da nação. Fiquei abalada e triste pela morte do filho, do marido e do pai. Da mesma forma como fiquei abalada e triste pela morte de Dr Marcos Araújo, pela morte do filho, do marido e do pai. Qual a semelhança nisto tudo? Será que a comoção maior vem pela morte do grande médico ou político, ou pela morte de dois chefes de família. 

O que vemos da história de Eduardo Campos, pela comoção de sua esposa e filhos, pela declaração apaixonada que os filhos fizeram dias antes do acidente pelo dia dos pais, é que ele era, antes de qualquer coisa, um homem que prezava pela sua família. Não o conheci, tão pouco sua mulher e filhos, e talvez seja fácil achar que tudo corria bem, mas pelo que vi nos últimos dias, creio que sua família era, sim, muito bem estruturada.

O que eu realmente acho que comoveu fortemente o país foi a morte de um pai de família. Mas por que? Porque a nossa sociedade hoje carece deste princípio básico. A família é o início de tudo e é a menor e mais importante estrutura da qual fazemos parte. Não se constrói um país forte com famílias destruídas. O futuro de muitos dos jovem frutos de lares e famílias conturbadas é, muitas vezes, um futuro de frustrações. Jovens que não acreditam no outro, por terem seus laços enfraquecidos; jovens que não entendem de amor, porque não foram amados. A destruição dos laços familiares, a falta de amor nos lares muito provavelmente é a principal causa dos males que vemos no Brasil e no mundo. Aqueles que não obedecem seus pais, possivelmente serão aqueles que também infringirão as leis do Estado; aqueles que não respeitam seus pais, tão pouco serão capazes de respeitar o próximo; aqueles que foram agredidos, possivelmente virão a se tornar agressores; aqueles que não foram amados, perdem, muitas vezes, a capacidade de amar.

O que Eduardo Campos deixou de legado para minha vida foi o exemplo da família que ele construiu. Eu acredito e sou completamente apaixonada por esta instituição. Não acredito que Eduardo Campos era o futuro da nação. Acredito que famílias, como a dele, são o futuro da nação.

Creio e oro para que a família dele "sobreviva" a esta tragédia. Que a morte não seja a quebra do elo que os une e, sim, a força que o mantém. Da mesma forma como a morte de Catarina, naturalmente, nos trouxe a maior e pior das dores, o que nos fez caminhar e "sobreviver" foi, sem dúvida nenhuma, esta instituição preciosa, que é a família. 

Cuide da sua família, ela é o que há de mais precioso na sua vida e a certeza de que através dela podemos construir um futuro melhor.   

"Não vamos desistir do Brasil", mas, antes disso, não podemos desistir das nossas famílias.   


www.correio24horas.com.br


   

domingo, 10 de agosto de 2014

Dia dos pais

Há pouco uma amiga publicou no facebook algo como: " Está aberto o concurso de melhor pai do mundo! Já vi fotos de vários candidatos!". Entendi perfeitamente a brincadeira e achei graça. Ainda mais cedo, eu e minha irmã comentávamos que hoje estávamos conhecendo os pais de muitas pessoas, tamanho o número de mensagens e homenagens. Parei para refletir um pouco sobre isso e muito me alegrei. Feliz em ter tantos amigos e conhecidos gratos pelo pais que lhes foram dados. Aos que ainda estão por aqui e aos que se foram e deixaram muitas saudades.  Honrar pai e mãe é mandamento de Deus e porque não usar o dia de hoje para uma homenagem especial?! No dia de hoje deixamos para trás todas as falhas e defeitos, esquecemos que, como seres humanos, nossos pais estão sujeitos aos nossos mesmos erros, mas olhamos para eles com o coração cheio de gratidão, cheio de alegria por tê-los por perto, por todo o amor que eles derramam diariamente sobre as nossas vidas. Sim, temos vários melhores pais no mundo! E o melhor Pai nos céus! 

Minha singela homenagem aos pais da minha vida! Meu pai e o pai da minha filha. Dizem que uma mulher procura no seu companheiro a figura do seu pai. E eu encontrei! Depois de tantos anos de convivência com o meu pai, vejo hoje no meu marido as mesmas características. Humildade, honestidade, temor a Deus, amor ao próximo e, além de tudo isso, dois homens que tem um amor imensurável pela família e que lutam com todas as forças pelas suas. 

Vocês são os melhores pais do mundo e eu e Catarina somos muito gratas por tê-los nas nossas vidas! 

Amamos vocês.


O meu pai!


O pai de Catarina!


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Porque 28 anos não são 28 dias

Não tenho como começar o post de hoje com uma música mais adequada:

"Viver e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz. Ah meu Deus! Eu sei, eu sei. Que a vida devia ser bem melhor e será. Mas isso não impede que eu repita: É bonita, é bonita e é bonita..." (Gonzaguinha)

Viver 28 anos não é uma caminhada longa em si, mas o tanto de experiências que pude vivenciar até aqui, me transformaram no que sou hoje. E posso dizer tranquilamente que sou uma mulher realizada. Pode até parecer estranho ou falta de humildade, mas me alegro muito pelo que vivenciei e pela pessoa que me tornei. Infelizmente, crescemos muito mais na dor do que no amor. E para as dores temos duas opções: sucumbir ou fazer delas o trampolim para o nosso crescimento. Meus 28 anos de vida foram, sem dúvidas, muito mais cheios de amor do que de dor. Mas existem dores tão profundas, que geram cicatrizes tão mais profundas, e que são responsáveis por mudar nossa essência.

Eu não sou uma pessoa fácil, reconheço isso tranquilamente e sei que entristeci e magoei muitos dos que passaram pela minha vida. Mas, pelos tantos que permaneceram, creio que gerei mais alegrias do que dores. 

Acho que toda mulher que gera um filho dentro de si é transformada, independente de qualquer coisa. A gestação traz, junto com ela, muito ansiedade e muito medo, mas também muita força. A morte traz, junto com ela, uma dor infinita e uma tristeza avassaladora, mas também muito crescimento e amadurecimento.

A gravidez fez surgir em mim um amor infinito e a morte um crescimento e uma força sem iguais. Somos transformados pelo amor, mas crescemos na dor. Com humildade, me alegro pela pessoa que me tornei. Alguém que entendeu que longe da presença de Deus não há vida; alguém que tem tentando semear amor na vida do próximo e tem colhido estes frutos; alguém que passou a olhar a vida com mais carinho e aprendeu a sorrir para as dores e a valorizar os detalhes.

Sou uma menina mulher de riso fácil; que fala alto, mas que hoje procura palavras mais doces; que tem em si uma força para enfrentar qualquer obstáculo; uma alegria de viver que muitas vezes constrange. Pode até lhe parecer estranho, mas, todas as vezes que sorri, mesmo diante de toda a dor, o sorriso foi sincero. Estou muito longe da plenitude que gostaria de alcançar como pessoa, muito longe de chamá-los para serem meus imitadores como eu sou de Cristo. Mas, sigo em frente, sabendo que Jesus é o meu alvo. 

Eu vivo e não tenho absolutamente nenhuma vergonha de ser feliz. Eu canto, porque a música arranca de nós as dores. Eu sigo, sendo uma eterna aprendiz. Ah meu Deus, eu sei que a vida devia ser bem melhor e será, mas isso depende de mim, das minhas escolhas e da minha fé e não impede que eu repita: É BONITA, É BONITA E É BONITA..." (Assim mesmo em letras garrafais).  

Sou muito feliz e realizada e nunca me canso de agradecer a Deus e a cada um de vocês que tem contribuído para esta felicidade!

À Deus. Ao meu marido. À minha filha. Aos meus pais. Aos meus irmãos e cunhados. Aos meus demais familiares. Aos meus amigos. À todos aqueles que passaram pela minha vida e fizeram a diferença. Pode parecer hipocrisia, mas definitivamente nada pode fazer o dinheiro, quando não temos quem amamos ao lado (e eu bem sei disso).

E vou vivendo a cantar para a vida, que ela é bonita, é bonita e é bonita!

Porque 28 anos não são 28 dias! E que os próximos 28 anos sejam ainda mais bonitos.

Obrigada! 

E eu sempre me encanto com a beleza das flores e com a beleza da vida 

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Para a morte, não há nada que possamos fazer. Para os relacionamentos, tudo.

"Um pai não deveria enterrar um filho. E eu pensei noutro dia, algo diferente. Na verdade, um filho não deveria ver a separação dos pais. Eles deveriam, na verdade, acompanhar; os pais deveriam acompanhar seu filho, para que ele (o filho) se inspirasse neles, nos pais juntos. Para perpetuar o relacionamento e corrigir muitas destas coisas que acontecem nesse mundo todo por não ter esta estrutura maravilhosa, que Deus criou para ser perfeita. Ela não tem o lado ruim, o ruim está na gente, está nas nossas falhas, que acabamos levando para o relacionamento."  (Votos de Bruno no dia do nosso casamento)


   A grana tava curta e nosso querido amigo Lins fez esta filmagem pelo celular
                                                      
A data de hoje é especial, dia 04/08/2014. Hoje, completamos 6 anos do primeiro passo do resto das nossas vidas. Desde o primeiro "sim", quando começamos a namorar, sabíamos que seria para sempre. Hoje também fazem 4 meses da chegada do nosso maior e melhor presente, nossa filha Catarina.

Há pouco mais de 3 anos, no dia do nosso casamento, não imaginávamos que estas palavras fossem se tornar tão reais nas nossas vidas. Realmente, não deveria um pai enterrar seu filho, isto foge as "regras" da natureza. Mas, infelizmente, isto acontece e aconteceu conosco. Este acontecimento está muito além da nossa capacidade de compreensão e, mais ainda, da nossa possibilidade de mudá-lo. Para a morte, não há nada que possamos fazer. Para os relacionamentos, tudo. Sim, somos responsáveis pela forma como nos relacionamos e pela situação que se encontram nossos relacionamentos hoje. O fim de um relacionamento é pura e simplesmente responsabilidade daqueles que se relacionam. Para a morte, não há nada que possamos fazer. Para os relacionamentos, tudo. Nada pudemos fazer pela morte de Catarina, mas todos os dias temos lutado para transformar nosso relacionamento, para torná-lo cada dia melhor. Temos crido no propósito maior da criação de Deus, que é a família. Ele nos criou para sermos família com Ele. E assim temos buscado, dia após dia, sermos família com Ele. Para a morte, não há nada que possamos fazer. Para os relacionamentos, tudo.   

Enfrentamos e temos enfrentado, JUNTOS, todos os dias que se seguiram à morte de Catarina. E é muito duro, sim, perder um filho. Mas vivemos pela esperança do reencontro. E, enquanto este dia não chega, vivemos por cumprir as promessas que fizemos um ao outro no dia 19/03/2011. Catarina não teve e nunca terá a tristeza de ver os seus pais separados. A sua chegada só serviu para reafirmar ainda mais o nosso amor e para nos tornar ainda mais unidos e certos de que fizemos a melhor escolha! 

Hoje, no dia 04/08/2014, seis anos depois do primeiro "sim", eu reafirmo o meu amor e repito: " E eu quero te dizer que eu te amo, que você é o homem da minha vida e que eu estou disposta, sim, a subir a mais alta montanha, o mais alto pico, ganhar o maior prêmio para estar junto com você. Eu te amo!" 

Reitero ainda o que escrevi no dia dos namorados: "Isso tudo porque ele me chamou para escalar uma montanha com ele e eu aceitei o desafio. Não sabíamos nós os percalços que precisaríamos encarar, mas prometemos que iríamos juntos até o fim, até o topo da montanha. Aqui estamos nós, mais fortes, mais unidos, construindo um amor ainda mais forte, sabendo sempre que teremos um ao outro."

Estes foram os primeiros seis anos do resto de nossas vidas! Sei que muitas coisas lindas o Senhor tem preparado para nós e, assim como foi no dia do nosso casamento, os céus e o mar darão testemunho para a Glória dEle. 

Seguimos juntos, de mãos dadas, desbravando o mundo porque "melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará? E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa" Ec 4-9:12.